Neste momento, a maior parte dos consumidores sabe que custo da energia varia consoante os horários de consumo. Se pensarmos no estilo de vida de grande parte da população, conseguimos facilmente identificar os dias e horários em que o consumo de eletricidade aumenta e vice-versa.
Por exemplo, o consumo energético aumenta significativamente durante o dia por conta das jornadas laborais dos escritórios, lojas, fábricas e outros espaços. Já durante a noite, a procura por energia diminui. O que é que isto quer dizer? Que o preço da energia varia consoante os períodos horários definidos.
Uma vez que esta dinâmica afeta os preços da eletricidade, compreendermos os diferentes períodos horários é meio caminho andado para escolher a tarifa ideal e para pouparmos todos os meses.
Como é definido o preço da eletricidade?
A faturação da energia elétrica é feita da seguinte forma: multiplicam-se os kWh consumidos pelo preço contratualizado. Contudo, o processo não é tão simples uma vez que existem vários componentes dentro de uma fatura, sendo cada um deles é precificado tendo em conta fatores externos.
Um dos fatores é a matéria-prima, cuja abundância ou escassez pode ou não depender de condições geopolíticas.
Não é de estranhar que a própria Europa tenha vindo a procurar uma maior independência energética do exterior ao reduzir as importações de gás e petróleo. Um objetivo que exige grandes investimentos que acabam por se ver refletidos nas faturas dos consumidores.
Por exemplo, o forte crescimento das fontes de energia renováveis também afeta os custos de produção de energia. Além disso, estas fontes de energia dependem de determinadas condições climatéricas que podem aumentar ou diminuir a sua disponibilidade e, consequentemente, alterar o seu preço.
Posto isto, a eletricidade que consumimos é, na sua generalidade, uma mistura de várias fontes de energia e, por conseguinte, o preço final é a soma de todos estes fatores. Por fim, os impostos associados ao setor energético e ambiental também afetam a valor da fatura de energia.
Períodos horários: o que são e como funcionam?
Os períodos horários de entrega de energia elétrica não são nada mais que formas de faturar a energia consoante o volume da procura. Em Portugal existem dois mercados de energia distintos, nomeadamente:
- Mercado Livre, onde os comercializadores definem os preços e as condições das suas ofertas comerciais, cumprindo as leis da concorrência, a lei e o Regulamento das Relações Comerciais.
Assim, o consumidor pode escolher a oferta comercial que mais se adequa ao seu perfil de consumo, tendo liberdade para negociar as condições do seu contrato e os preços da energia. - Mercado Regulado, onde os preços fixos praticados pelos comercializadores de energia todos os anos são definidos pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos ou ERSE. O mercado regulado foi, durante muitos anos, o único mercado de energia em Portugal. Atualmente, as empresas presentes neste mercado são conhecidas como comercializadores de último recurso, ou CUR.
Para mais informações sobre os mercados de energia, clique aqui.
Atualmente, o preço da energia varia consoante o horário de consumo, o que quer dizer que a eletricidade será mais cara nos períodos em que há um maior consumo energético e mais barata nos horários em que não se regista tanta procura. Por isso mesmo, no mercado livre existem três tipos de períodos horários:
- Simples: na qual o consumidor paga sempre o mesmo preço pela energia seja qual for o dia da semana ou a época do ano pois não é feita qualquer diferenciação entre os períodos de consumo.
- Bi-horário: na qual o valor da eletricidade varia consoante os horários de consumo. O consumidor paga dois valores pela eletricidade consumida, sendo feita uma distinção entre o período das horas de Vazio, no qual a energia é mais cara, e o período das horas Fora do Vazio, no qual a energia é mais em conta.
- Tri-horário: na qual a eletricidade consumida pelo cliente é faturada consoante três horários distintos: o período das horas de Vazio, em que a energia é mais económica, o período das horas Cheias, quando a energia tem um custo intermédio, e o período das horas de Ponta, onde a energia é mais cara.
Como otimizar o consumo e reduzir os gastos?
Conhecer e analisar o seu estilo de vida e hábitos de consumo é o primeiro passo para a poupança. Só depois de dar o primeiro passo pode avaliar a tarifa contratada e perceber se a escolha se adequa ou não às suas necessidades, mantendo ou trocando a tarifa e período horário caso necessário. Para uma explicação mais detalhe sobre os períodos horários e os ciclos da energia elétrica, clique aqui.
Se optar por uma tarifa bi-horária ou tri-horária, a compreensão do seu consumo energético vai ajudá-lo a adotar novos comportamentos. Por exemplo, aprender a concentrar a utilização dos eletrodomésticos que mais consomem mais eletricidade nos períodos horários em que a energia é mais barata. Desta forma, não só é capaz de gerir e otimizar o consumo doméstico como de poupar dinheiro no fim do mês.
Mas não se esqueça. Não basta mudar os períodos em que consome mais energia. Todos os dias gastamos kilowatts como se não houvesse amanhã e no final do mês ficamos surpreendidos com o valor da fatura de energia. Na realidade, cada consumidor desperdiça cerca de 10% da energia consumida todos os meses sem se dar conta, de acordo com dados estatísticos.
Para isso, é importante identificar os comportamentos de risco que estejam a aumentar o valor da fatura e evitá-los a todo o custo. O modo standby, ou consumo fantasma, é um deles. Para descobrir os cinco hábitos que lhe estão a custar dinheiro todos os meses, clique aqui.
Agora que já tem toda a informação do seu lado, pode reavaliar a tarifa contratada e os hábitos de consumo de forma a fazer os ajustes necessários e começar já a poupar.