Reciclagem de eletrodomésticos: Tudo o que precisa de saber!
A preservação do meio-ambiente, a eliminação de substâncias perigosas e a recuperação de vários componentes que podem ser úteis noutros produtos são razões mais do que suficientes para fazermos a reciclagem correta dos nossos eletrodomésticos.
Para isso é preciso compreender a famosa regra dos três R’s: reduzir, reutilizar e reciclar. Esta regra ajuda-nos a construir um mundo melhor com base num consumo responsável e na utilização e recuperação eficiente dos recursos que utilizamos no nosso dia a dia.
Esta gestão é especialmente importante no caso dos eletrodomésticos se tivermos em conta que os equipamentos têm componentes que podem ser reutilizados e a sua reciclagem deve respeitar certas regras de forma a evitar outros perigos. Por isso mesmo, é importante que qualquer eletrodoméstico seja reciclado de forma adequada nos lugares disponibilizados para o efeito.
A importância da reciclagem correta dos eletrodomésticos
A reciclagem de um eletrodoméstico pode acontecer por dois motivos: o eletrodoméstico atual avariou e precisa de ser substituído ou pretende substituir o eletrodoméstico atual por um novo equipamento com uma eficiência energética superior. Em qualquer um dos casos, é possível reciclar corretamente os equipamentos.
Por isso mesmo, evite colocá-los na rua pois isto não só dificultaria o processo de reciclagem dos equipamentos como poderia colocar em perigoso os demais utentes da vida pública devido à possível emissão de substâncias perigosas e contaminação do meio ambiente.
Como reciclar um equipamento elétrico ou eletrónico?
Substituição de Equipamentos
Se optar por comprar um equipamento novo para substituir o velho, saiba que os estabelecimentos de venda de eletrodomésticos devem recolher o equipamento antigo desde que o novo equipamento seja equivalente ou cumpra as mesmas funções que o eletrodoméstico anterior.
Atualmente, estes estabelecimentos são obrigados por lei a aceitar ou recolher os equipamentos antigos e a encaminhá-los para as entidades responsáveis pela sua triagem, desmantelamento e reciclagem ou possível reutilização total ou parcial de componentes para revenda ou reparação. Esta situação é válida para estabelecimentos físicos e online e a recolha é totalmente gratuita.
No caso dos grandes equipamentos, a recolha é feita no momento da entrega do eletrodoméstico novo. Já no caso dos pequenos eletrodomésticos, pode entregá-los diretamente no ponto de venda.
Reciclagem sem Substituição de Equipamentos
Caso pretenda apenas desfazer-se do equipamento, não fazendo a sua substituição, as autarquias disponibilizam várias soluções.
Para os eletrodomésticos de pequenas dimensões, pode depositar os equipamentos no Ponto Eletrão mais próximo da sua área de residência. No caso dos eletrodomésticos de grandes dimensões, pode solicitar a recolha junto dos serviços camarários da sua área de residência (serviço gratuito que funciona através de agendamento) ou fazer a entrega num dos centros de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos, que estão preparados para receber gratuitamente todos os eletrodomésticos de grandes dimensões caso tenha condições de fazer o seu transporte e entrega.
Seja qual for a solução escolhida, o importante é desfazer-se corretamente destes equipamentos.
Qual é o papel do gestor de resíduos?
Depois da entrega ou recolha dos equipamentos nos estabelecimentos de venda ou nos pontos definidos para o efeito, o papel do consumidor acabou, mas a reciclagem dos eletrodomésticos acabou de começar. É neste momento que o gestor de resíduos assume o papel principal.
São estas empresas, públicas ou privadas, que se encarregam de realizar a recolha segmentada, transportar os equipamentos até ao centro de reciclagem, acompanhar o processo de reciclagem, processar todos os materiais recuperáveis e armazenar corretamente os materiais não recuperáveis e, por fim, fazer o tratamento dos resíduos.
Numa primeira fase após a recolha dos equipamentos, os eletrodomésticos são encaminhados para um centro de armazenamento temporal. O período que devem permanecer nesta área é cada vez mais reduzido não só para evitar algum tipo de contaminação - especialmente dos solos e de águas – como para minimizar a sua deterioração uma vez que se pretende recuperar os materiais possíveis a fim de dar-lhes uma segunda vida. Nesta zona de armazenamento, os eletrodomésticos já foram separados de acordo com a sua função, nível de perigosidade e tratamento definido.
Já no centro de reciclagem, os equipamentos são desmontados para que se retirem os elementos valor e os componentes com substâncias perigosas. A extração é feita de forma seletiva e os componentes separados e armazenados corretamente.
A partir daqui os componentes seguem caminhos diferentes. Geralmente os componentes perigosos como metais pesados podem ser reutilizados após um tratamento. Por outro lado, componentes períodos com substâncias como o mercúrio são armazenados seguindo elevadas medidas de segurança para evitar potenciais contaminações.
Outros componentes de valor como aço, alumínio, cobre, entre outros, são distribuídos pelas diferentes empresas produtoras, que voltam a dar integrar os materiais num novo ciclo.
Agora que já conhece o processo de reciclagem de um eletrodoméstico antigo ou avariado, depende apenas de ti fazer a escolha certa e contribuir positivamente não só para a cadeia de reciclagem como para a preservação do meio-ambiente.