As lâmpadas LED tornaram-se um elemento indispensável tanto dentro das nossas casas como nas ruas das cidades onde vivemos. A elevada durabilidade e o baixo consumo garantiram a vitória dos LED sobre as outras opções existentes no mercado.
Contudo, por trás desta invenção não está o trabalho de um, mas o trabalho de muitos cientistas que começou com a ideia da lâmpada de Humphry Davy.
O primeiro LED surgiu em 1962, quando Nick Holonyak colocou em prática um projeto que contava com muitas experiências e horas de laboratório. Contamos-lhe a história das lâmpadas LED.
O trabalho esquecido de H.J. Round
Foram muitos os inventores que tornaram realidade o sonho da luz elétrica, mas entre a lista dos inventores mais citados nunca aparece Henry Joseph Round, engenheiro elétrico inglês responsável pela primeira teoria sobre as lâmpadas LED.
Nascido em 1881, ficou muito conhecido pela sua contribuição para o desenvolvimento das comunicações por rádio e pelo seu trabalho para a Marinha inglesa. O seu papel foi decisivo para a vitória na batalha naval de Jutland em 1916, durante a I Guerra Mundial, pois o sistema de rádios desenvolvido foi utilizado para alertar os barcos ingleses da saída da frota alemã.
A sua contribuição para a criação das lâmpadas LED pode ter sido pequena, mas não deixa de ser importante. Em 1907, descobriu que os materiais inorgânicos podem ser iluminados enquanto trabalhava num sistema de radiogoniometria para o transporte marítimo. A publicação desta descoberta na revista Electrical World foi a base de muitos estudos feitos posteriormente.
H. J. Round teve a primeira ideia: iluminar os materiais inorgânicos.
Os pais da eletroluminescência
Não é mera coincidência que outros inventores que ajudaram no desenvolvimento da rádio também tenham participado na criação das lâmpadas LED, já que são tecnologias muito semelhantes. O russo Oleg Lossew foi o primeiro cientista a demonstrar que um cristal semicondutor pode gerar e amplificar sinais de rádio. Também descobriu que os díodos utilizados nos recetores emitiam luz quando atravessados pela corrente elétrica. Os trabalhos desenvolvidos ente 1925 e 1941 foram refletidos na patente científica do relé luminoso.
Simultaneamente, o físico francês Georges Destriau descobriu que o sulfureto de zinco emitia luz. Ainda que seja considerado por muitos o pai da eletroluminescência, o físico sabia perfeitamente que a sua descoberta se devia, em parte, ao trabalho desenvolvido pelo homólogo russo. Por isso mesmo, batizou a sua invenção de "Luz Lossew".
Da teoria à prática
As descobertas de Henry Joseph Round, Oleg Lossew e George Destriau prepararam o terreno teórico para a próxima evolução no seguimento da invenção do transístor. Graças a este marco científico, que permitiu a criação da indústria dos semicondutores, deu-se o passo necessário para a criação da primeira lâmpada LED.
Tudo aconteceu em 1962 pelas mãos de Nick Holonyak, engenheiro elétrico da General Electric, quando este criou o primeiro componente eletrónico de dois terminais que permitia a circulação de corrente elétrica sem a necessidade de recorrer a um gás.
O díodo de Holonyak tinha um terminal pelo qual entrava a carga positiva e outro terminal pelo qual entrava a carga negativa. Os dois terminais estavam separados por um pequeno espaço onde acontecia a transição que produzia a luz elétrica. Este primeiro díodo conseguiu este feito através de uma liga chamada GaAsP, que resultou numa luz vermelha. O primeiro LED tinha chegado. A sua aplicação prática ainda não era importante, mas fez com que centenas de investigadores se debruçassem sobre esta nova tecnologia.
A lâmpada LED foi melhorando graças ao trabalho de outros materiais semicondutores capazes de imprimir tonalidades diferentes, nomeadamente, verde, amarelo e laranja. A luminescência também foi evoluindo. Mas só em 1995 se apresentou a primeira lâmpada LED, que chegou ao mercado apenas em 1997.
O futuro: luzes LED ecológicas
Desde então, a evolução das lâmpadas LED tem sido uma constante. Hoje em dia, qualquer pessoa pode comprar luzes LED de todas as cores e níveis de luminosidade. As suas aplicações são omnipresentes, desde luzes decorativas para a casa, carros, televisores ou até a iluminação das ruas.
Consomem menos, duram mais. A tecnologia LED é o presente e os novos desenvolvimentos centram-se na utilização de díodos orgânicos emissores de luz (OLED), com os quais se pretende alcançar maior eficiência e maior respeito pelo meio ambiente.
Do LED passámos ao OLED, lâmpadas mais eficientes e ecológicas.