A procura pela arquitetura sustentável como resposta aos desafios de sustentabilidade ambiental, económica e social vem ganhando destaque desde o final do século XX. Atualmente, e segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima-se que, nos países desenvolvidos, mais de 40% do consumo energético ao longo da vida útil seja atribuído aos edifícios, considerando desde a produção de matéria-prima até ao desmantelamento. Com mais da metade da população mundial a viver em ambientes urbanos, fica evidente que a construção sustentável se tornou fundamental para a viabilidade ambiental, económica e social.
Desta forma, a arquitetura e construção sustentável têm sido o caminho para uma otimização dos recursos naturais minimizando o impacto ambiental dos edifícios sobre o meio ambiente e os seus habitantes. E que permite encontrar um equilíbrio fundamental entre a conceção criativa dos espaços contruídos e a otimização inteligente dos recursos naturais.
Esta abordagem procura não apenas criar ambientes funcionais e esteticamente agradáveis, mas também garantir que esses espaços sejam construídos e operados de maneira responsável, minimizando o impacto negativo no meio ambiente e na sociedade.
Princípios e boas práticas da arquitetura sustentável
O conceito de arquitetura sustentável envolve diversos princípios e práticas que visam reduzir o consumo excessivo de recursos, diminuir a emissão de poluentes, promover a eficiência energética e utilizar materiais e tecnologias ecologicamente responsáveis. Além disso, também inclui a consideração dos aspetos sociais, como o bem-estar dos ocupantes dos edifícios e a integração harmoniosa das construções com a comunidade ao redor.
Ao adotar a arquitetura sustentável nas empresas, diversos benefícios podem ser alcançados:
• Redução dos custos operacionais: A implementação de soluções sustentáveis pode levar a uma significativa redução nos gastos com energia, água e manutenção ao longo do tempo, tornando os edifícios mais económicos e eficientes.
• Contribuição para o meio ambiente: Ao reduzir a pegada ambiental das empresas, a arquitetura sustentável contribui para a preservação do meio ambiente e para a mitigação das mudanças climáticas.
• Ambientes de trabalho saudáveis e produtivos: Edifícios projetados com foco na sustentabilidade tendem a proporcionar ambientes mais saudáveis e confortáveis para os funcionários, o que pode aumentar a satisfação e a produtividade no trabalho.
• Imagem corporativa positiva: Empresas que demonstram preocupação com a sustentabilidade ganham uma imagem positiva perante clientes, parceiros e comunidade, o que pode impactar positivamente a reputação e os negócios.
• Cumprimento das regulamentações: Em muitos países, há legislações cada vez mais rigorosas relacionadas à sustentabilidade na construção. Adotar práticas sustentáveis nas empresas ajuda a cumprir essas exigências e evitar possíveis penalidades
O exemplo da sede da Endesa
A nova sede da Endesa é um excelente exemplo de como com uma arquitetura sustentável faz a diferença, nomeadamente na redução significativa de gases prejudiciais e na otimização do consumo energético ao longo do tempo. Num período de 10 anos, foram alcançados resultados impressionantes como a redução em 46% das emissões de dióxido de carbono, o consumo de eletricidade reduziu 20%, o gás deduziu 35%, a água baixou 28%, a geração de resíduos recuou 15% e a reciclagem aumentou uns impressionantes 75%.
Esses números refletem o compromisso da empresa com a sustentabilidade e mostram como a implementação de práticas conscientes pode gerar resultados positivos para o meio ambiente e para a própria organização. Através de ações concretas e estratégias eficientes, a nova sede da Endesa conseguiu alcançar um desempenho notável em termos de redução de impactos ambientais e uso mais responsável dos recursos naturais. Um exemplo inspirador para outras empresas que desejam seguir o caminho da sustentabilidade.
Em conclusão, a arquitetura sustentável nas empresas representa um compromisso com a responsabilidade ambiental e social, procurando o equilíbrio entre a criatividade e a utilização consciente dos recursos naturais. Ao incorporar princípios sustentáveis desde a conceção até ao funcionamento dos edifícios, as empresas podem beneficiar tanto em termos de imagem corporativa como na eficiência operacional, enquanto contribuem para um futuro mais sustentável.